Para que uma organização atinja um dos seus principais propósitos, que é crescer e ter boa lucratividade, é preciso planejamento. Nesse contexto, uma das etapas mais importantes no processo de seleção e priorização de investimentos é a análise de viabilidade econômica, o qual tem o objetivo de mensurar se determinada estratégia é viável ou não sob o prisma econômico, além de demonstrar se a mesma é rentável.
Afinal, por mais que uma iniciativa seja criativa, inovadora e possa trazer excelentes resultados para alguns stakeholders, se no aspecto econômico ela não se sustenta, ou gera prejuízo, será necessário uma análise cuidadosa para incluí-la no portfólio, uma vez que os recursos são limitados e existem outras prioridades financeiras na disputa pelos investimentos com retornos mais atrativos.
A análise de viabilidade econômica é um estudo que vai comparar os retornos a serem obtidos com o investimento demandado para apontar sua viabilidade, sendo portanto um processo extremamente importante, que traz inteligência de negócios, evita desperdício de recursos e prejuízos, bem como leva a tomadas de decisões mais assertivas.
O que deve ser analisado no projeto de viabilidade econômica?
No projeto de viabilidade econômica devem ser analisados todos os fatores que influenciam determinada iniciativa. Podemos citar, por exemplo, mercado, produtos e serviços da empresa, projeção de investimentos, concorrência, diferenciais competitivos, fluxo de caixa, tendências do setor em questão, capital de giro, mão de obra, entre outros.
Esse estudo trará uma visão panorâmica da atual situação do negócio tanto no presente quanto no futuro, em relação à execução de determinado projeto. Pontos como os citados mostram que este é um processo complexo e que requer grande esforço, pois são diversas variáveis a serem levantadas.
No entanto, é uma ação extremamente necessária para aquelas empresas que pretendem ter solidez e evolução segura em relação aos investimentos.
Quais os passos mais importantes nesta análise?
Depois de citarmos alguns itens que devem fazer parte do projeto de viabilidade econômica de projetos, você pode estar se perguntando como executá-lo na prática. Pensando nisso, listamos alguns passos importantes.
Projeção de faturamento
Para saber se determinado projeto será positivo para a organização, a primeira etapa é fazer uma projeção de receitas. Isso nada mais é do que identificar o faturamento que trará se for realmente executado.
Nesse sentido, faz-se necessário um estudo aprofundado do mercado de atuação, além de projeções de cenários variados com até 50% da capacidade de gerar retorno e do crescimento do faturamento em si.
Projeção de custos, despesas e investimentos
Depois de verificar se determinado projeto pode gerar receita, é o momento de verificar quais serão os investimentos necessários para viabilizá-lo. Afinal, para realizar qualquer tipo de ação nova dentro de uma empresa, é preciso arcar com despesas referentes à mão de obra, compra de equipamentos, ferramentas tecnológicas, entre outros custos.
Vale frisar que, neste momento, é importante também levar em conta o reinvestimento, pois tanto a estrutura da empresa, quanto do mercado e do próprio projeto têm a tendência a irem se modificando com o tempo.
Projeção do fluxo de caixa
O terceiro passo do projeto de viabilidade econômica é estudar o fluxo de caixa, que consiste nas entradas e saídas de dinheiro diárias dentro do negócio. Por isso, se trata de um instrumento fundamental para realizar a gestão financeira.
Nesse contexto, é necessário fazer uma análise não somente se as receitas cobrem os gastos de uma forma geral, mas fazer uma projeção futura em relação aos investimentos que serão feitos.
Análise de indicadores
Após realizar os levantamentos anteriores, que envolvem despesas e lucros, a próxima etapa do projeto de viabilidade econômica é realizar uma análise dos indicadores financeiros e de desempenho, pois estes funcionam como um mapa geral de orientação.
Lembrando que este estudo deve ser feito antes, durante e após a conclusão de cada projeto, já que mostrará se os investimentos estão sendo realmente assertivos e também aspectos a melhorar para obter melhores resultados. Os principais indicadores com o objetivo são:
– Taxa Mínima de Atratividade (TMA): esta métrica deve ser considerada como o ponto de partida das análises, pois representa o retorno mínimo que é esperado dos investimentos, o que significa o planejamento e execução de determinado projeto. Há diversas referências que podem ser utilizadas para o TMA, sendo uma das mais utilizadas a taxa Selic, considerada a taxa básica da economia brasileira;
– Valor Presente Líquido (VPL): analisa todos os fluxos de caixa relacionado a cada projeto em uma só data. Isso significa que de todos os fluxos serão descontados a uma TMA, até que se chegue à data em que foi realizado o investimento. Depois, é feita a soma de todos os fluxos, em seguida subtraindo de toda a receita aplicada. Se o resultado for positivo, trata-se de um projeto promissor, se for nulo pagará as despesas mas não trará faturamento e, se negativo, o investimento não valerá a pena.
– Taxa Interna de Retorno (TIR): essa indica a rentabilidade do projeto em percentual. Pode apresentar três cenários, sendo maior que a TMA, que indica a viabilidade como positiva, igual a TMA, que não gera lucros, e menor do que a TMA, apontando que determinada estratégia não é propícia.
– Payback: métrica de viabilidade econômica de projetos que mostra em quanto tempo os mesmos irão trazer o retorno do capital investido. Ele pode ser calculado tanto a partir do payback tradicional, que não considera o valor investido no tempo, quanto no descontado, o qual utiliza a TMA para fazer o desconto dos fluxos de caixa analisados.
Com as análises de viabilidade econômica citadas, o gestor terá condições de saber se determinado projeto ou estratégia será realmente eficiente ou, ao contrário, é capaz de trazer prejuízos ao longo do tempo. De modo geral, isso contribui diretamente com um crescimento sólido e rentável.